O que é feminicídio?
É um tipo de violência letal (assassinato) que afeta as mulheres por razões de gênero. Dizer que pessoas morrem por razões de gênero significa que a condição de ser mulher é o fator de risco à integridade física e à vida.
Isso ocorre porque vivemos numa sociedade que cria e naturaliza estruturas de desigualdades baseadas nas diferenças sexuais entre homens e mulheres (desigualdades de gênero), gerando relações de poder que coloca as mulheres em posição subalternidade e inferioridade.
É importante ressaltar que a distribuição desigual de poder é construída socialmente, portanto, está presente na cultura, nos discursos, nos símbolos e representações sociais, nas instituições, nas relações familiares e afetivas, nas relações de trabalho, ou seja, em todos os espaços e relações nas quais a opressão e a exploração estão baseadas no gênero.
Esses riscos ficam ainda mais evidentes e complexos se lhe forem agregados outros marcadores sociais de desigualdade, tais como raça/etnia, idade, classe social, sexualidades heterodiscordantes, deficiências e localidade.
Assim, feminicídios não são eventos isolados ou excepcionais e nem são neutros em relação à identidade das vítimas. Além disso, muitas vezes ocorrem em conexão com outras formas de violência resultante de uma continuidade de atos violentos que afeta a vida das mulheres de forma cotidiana, sendo o assassinato seu desfecho mais extremo.
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Notícias recentes
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Sobrevivente de ataque feminicida em Londrina, fala pela primeira vez sobre o ocorrido.
O crime occoreu em setembro de 2023, em Londrina. Clarissa de 24 anos foi brutalmente esfaqueada enquanto dormia e ainda perdeu seus dois amigos na mesma noite. O assassino foi o mesmo homem quem dizia estar apaixonado por ela.
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Imagem retirada do globo.com
Imagem retirada do portal Rede Lume
Néias Promove evento sobre aplicabilidade da Lei do Feminicídio
Evento gratuito acontece na quinta-feira (30) com a presença de promotor, juíza é psicóloga jurídica Da Redação Néias-Observatório de Feminicídios Londrina promove na próxima quinta-feira (30) a mesa redonda “Feminicídio em Pauta: Aplicabilidade da Lei No.13.104/2015”.
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Após atraso, Justiça marca três julgamentos de feminicídio nesta semana em Londrina
Néias Observatório de Feminicídios acompanha nesta semana três julgamentos de feminicídios tentados que ocorreram em Londrina. São três casos de mulheres que viveram relacionamentos com os agressores e foram atacadas por não agirem da forma como eles esperavam. Chama atenção ainda, a demora no agendamento dos julgamentos, protelando por muitos anos a oferta de uma resposta justa às mulheres que sofrem violência.
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Imagem retirada do Instagram @portalbonde
Ações recentes
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CONVOCAÇÃO: Mostra de Práticas Artivistas em Londrina! Venha celebrar os 3 anos do Néias - Observatório de Feminicídios.
É com imenso prazer que viemos através deste “edital” independente, convocar artistas e ativistas sociais de Londrina e região para inscreverem seus trabalhos de luta pelo combate das violências de gênero na 1ª Mostra de Práticas Artivistas da cidade de Londrina/PR.
Néias promove evento sobre aplicabilidade da Lei do Feminicídio
Néias - Observatório de Feminicídios Londrina integra a campanha nacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher com a mesa redonda “Feminicídio em Pauta: Aplicabilidade da Lei No.13.104/2015”.
O evento será no dia 30 de novembro às 19 horas no auditório do Sesc Londrina Centro. O objetivo é promover um debate sobre a Lei do Feminicídio na tentativa de ampliar o entendimento sobre sua aplicabilidade no contexto londrinense.
Local: Auditório do Sesc Centro
Data: 30 de novembro
Horário: 19h
Entrada gratuita!
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Néias participa da oficina Ativismo de Dados Contra o Feminicídio no Brasil.
Na última quinta-feira, 17 de agosto, aconteceu a oficina Ativismo de Dados contra o Feminicídio no Brasil, que reuniu cerca de 170 participantes de 37 países, de forma on-line. O evento foi promovido pelo Data + Feminism Lab, do MIT, como parte do projeto Dados Contra o Feminicídio, desenvolvido em parceria com organizações brasileiras.
Além de Néias, representado pela jornalista @cecilia_franca , participaram do desenvolvimento das ferramentas digitais para coleta de dados sobre feminicídios as ativistas Maria Eunice Kalil, do Grupo de Trabalho sobre o Feminicidio da Bahia; Rose Marques, do Fórum Cearense de Mulheres; Silvana Mariano, do Laboratório de Estudos de Feminicídio (LESFEM), vinculado à UEL, e uma das fundadoras de Néias; Télia Negrão e Thaís Siqueira, do Coletivo Feminismo Plural - Lupa Feminista (Rio Grande do Sul).
Dados Contra o Feminicídio é uma colaboração entre Catherine D’Ignazio (Data + Feminism Lab @ MIT), Silvana Fumega (ILDA) e Helena Suárez Val (Feminicidio Uruguay), que se uniram por meio de um interesse comum em dados de feminicídio.
Em 2021, Néias e as demais organizações foram convidadas a integrar o projeto de desenvolvimento do sistema de buscas, desenvolvido por meio de leitura e categorização de notícias de feminicídios veiculadas pela imprensa. Após, no início de 2023, participamos do piloto do projeto, ou seja, o teste da ferramenta lançada ontem.
"A ferramenta de busca desenvolvida pelo projeto permitiu que a gente tenha mais segurança nos dados locais apurados e até possamos pensar em ampliar nosso monitoramento para todo o Estado", diz Cecília.
Quem quiser conhecer e utilizar a ferramenta do Data + Feminism pode acessar o site aqui
Evento realizado em parceria com:
Evento conjunto Néias e LESFEM da Universidade Estadual de Londrina Discute Medidas Protetivas Contra Feminicídios no Paraná.
Promovido em parceria com o Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM) da Universidade Estadual de Londrina e por Néias – Observatório de Feminicídios Londrina, com o respaldo do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e o apoio da Especialização em Língua Portuguesa – UEL, o evento abordou a temática "Feminicídios no Paraná: visibilidade e enfrentamento", concentrando-se na análise das medidas protetivas contra os casos de feminicídio ocorridos no estado.
Na manhã de 28 de julho de 2023, uma atividade marcou o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio no Paraná, que ocorreu em 22 de julho. Essa data foi escolhida para lembrar o feminicídio da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava, que aconteceu em 2018. Ela representa a luta contra a violência de gênero e busca chamar a atenção para casos de violência doméstica que resultam em crimes graves contra mulheres. O objetivo é destacar a importância desse assunto e aumentar a conscientização sobre a discriminação e violência que muitas mulheres enfrentam.
Informes recentes
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Néias - Observatório de Feminicídios de Londrina acompanha neste informe o julgamento de Igor Rodrigues de Souza, pela prática de feminicídio tentado contra sua irmã Iene. O crime é qualificado por motivo fútil (vingança), emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, visto que o ataque foi surpresa, sem qualquer discussão ou agressão prévia. O Observatório Néias destaca que este é um caso de violência doméstica entre irmãos, com um histórico de relações familiares desgastadas e acusações mútuas. A vítima é frequentemente culpabilizada pelos familiares, que justificam a violência de Igor alegando problemas de saúde mental e suposto vício em drogas por parte de Iene. O caso de Iene reflete a dinâmica de muitos casos em que irmãos violentam irmãs, com a vítima sendo apresentada como provocadora da violência sofrida. A culpabilização da vítima é uma tentativa de livrar o agressor das consequências de seus atos. O Observatório Néias ressalta a necessidade de olhar criticamente para a proteção da figura masculina e a desvalorização da vida e escolhas das mulheres vítimas de violência.
Veja o caso completo no informe, disponível aqui.
Neste informe, Néias apresenta o julgamento de Henrique Marchetti, acusado pelo feminicídio de sua ex-companheira, Silvia, em 09 de julho de 2023. Após 40 anos de convivência, embora separados, residiam no mesmo terreno. Relatos de familiares e vizinhos confirmaram um histórico de violência, evidenciado por Boletins de Ocorrência anteriores. Na noite do crime, Henrique, sob efeito de drogas, ameaçou um dos filhos de Silvia antes de confrontar Silvia em sua residência, resultando em sua morte por hemorragia interna.
Veja o caso completo no informe, disponível aqui.
Informe Especial n.2
Caso Eduarda Shigematsu
Em alusão ao 8M, Néias - Observatório de Feminicídios de Londrina, apresenta um informe especial sobre o caso Eduarda Shigematsu e o feminicídio infanticida.
No dia 07 de março de 2024 estava programado o julgamento pelo Tribunal do Júri de Londrina de Ricardo Seidi Shigematsu e Terezinha de Jesus Guinaia, respectivamente, pai e avó da menina de onze anos, Eduarda Shigematsu, assassinada em 28 de junho de 2007, em Rolândia/PR. O julgamento do réu e da ré, inicialmente marcado para 24/03/2022, foi cancelado pela quarta vez. Nos dois últimos cancelamentos, o Tribunal de Justiça do Paraná autorizou o desaforamento do júri para outra comarca (alteração do local de julgamento), pois no entendimento da defesa dos réus o desaforamento seria uma forma de garantir a imparcialidade do júri.
De Rolândia, o julgamento foi transferido para Londrina, não obstante permaneceram os mesmos argumentos diante da proximidade entre as duas localidades. Da data inicial prevista para o julgamento, transcorreram dois anos, sem que haja previsão de uma nova data e local, adiando o tempo da justiça.
O caso de Eduarda nos lembra que a violência de gênero, com desfecho feminicida, embora exercida em maior proporção contra mulheres adultas, também atinge meninas desde a mais tenra idade. Nos três anos de existência de Néias, acompanhamos os processos dos assassinatos de Eduarda e de Sara Manuela da Silva, de 9 anos, acontecidos em Londrina e região metropolitana. Apesar da comoção social que acompanha esses assassinatos, Néias destaca, neste 8M, a invisibilidade do feminicídio de meninas neste Informe Especial, apresentando o caso de Eduarda e seu histórico de violências e abandono; os dados do LESFEM/UEL e um memorial dos quatro feminicídios de meninas ocorridos no estado do Paraná em 2023.
Acesse na íntegra aqui.
Informe n.42, fevereiro de 2024
Neste informe, Néias apresenta o julgamento de Roge de Souza Silva, acusado de agredir sua ex-companheira, Josiane, entre janeiro de 2016 e junho de 2017. As agressões, documentadas na Delegacia da Mulher, resultaram em medidas de urgência. Roge, com histórico criminal, cumpre pena por latrocínio. Após sua libertação, perturbou Josiane e tentou reconciliação, culminando em uma tentativa de feminicídio, onde ele a agrediu e ameaçou, chegando a usar gasolina para tentar incendiar sua casa.
Veja o caso completo no informe, disponível aqui.
Caso Néia Mariano
No mês de aniversário de um ano de Néias - Observatório de Feminicídios de Londrina, apresentamos um informe especial sobre o caso que motivou nossa criação: o feminicídio de Cidnéia Mariano
No mês de aniversário de um ano de Néias - Observatório de Feminicídios de Londrina, apresentamos um informe especial com análises e dados sobre o júri do caso de Cidnéia Mariano, mais conhecida como Néia, que motivou a criação do observatório.
Como primeiro ponto contaremos quem foi Néia por meio do tópico intitulado "Quem foi Néia?". Essa é a primeira indagação que fazemos, já que as vítimas de crimes de gênero não podem ser reduzidas a meros objetos de prova. Antes de tudo, Néia era uma mulher, mãe de 4 filhos, independente, que batalhou duro desde nova para sustentar aos seus e que quando resolveu ser livre, encontrou a morte.
No dia 08 de abril de 2019, Cidnéia foi encontrada por populares desacordada em uma estrada rural, após ter sido asfixiada, mediante esganadura, e abandonada inconsciente, por seu companheiro Emerson Henrique de Souza. O sentenciado foi acusado dos crimes de feminicídio tentado, praticado por motivo torpe e com emprego de meio cruel, lesão corporal e ameaça. O julgamento, pelo Tribunal do Júri, ocorreu em 04 de fevereiro de 2021.
Emerson foi sentenciado à pena de 23 anos e 4 meses de reclusão e 10 meses e 1 (um) dia de detenção.
No Informe Especial relembramos todos os meandros do caso e do julgamento. Acesso a íntegra aqui.
Notas Públicas recentes
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As Néias-Observatório de Feminicídios recebem com consternação e indescritível tristeza a notícia do falecimento de nossa companheira de lutas Sandra Nishimura. Vítima de um acidente provocado por um motorista não habilitado, no fim de semana, ela não resistiu aos ferimentos e veio a falecer na madrugada desta quarta-feira (16). Deixa esposo e três filhos.
Sandra era uma pessoa rara. Trazia, em seu olhar terno, uma imensa disposição para a luta. Ativista em defesa dos direitos sociais das minorias, dos direitos das mulheres, pelo acesso amplo à saúde e à educação. Atualmente era chefe de gabinete da vereadora Lenir de Assis e dedicava parte de seu tempo ao processo de formalização e construção das atividades deste Observatório.
As Néias expressam sua gratidão a Sandra e sua solidariedade irrestrita aos demais amigos e amigas e aos familiares por esta precoce perda. Sua parceria, companheirismo e exemplo de vida ficarão registrados na história de nossa organização. Vá em paz, companheira.
Sandra Nishimura presente!